sábado, 12 de junho de 2010


À minha solidão chega.
O som de uma flauta em bosquetes escuros que crescem nos montes mais distantes.
Mesmo da margem do corajoso rio eles atingem a borda do deserto.
E eu vejo Pã.
As neves são eternas acima, acima.
E o perfume delas sobe às narinas das estrelas.
Mas que tenho eu a ver com estas coisas?
Para mim somente a flauta distante, a duradoura visão de Pã.
Em toda parte Pã para os olhos, para os ouvidos;
O perfume de Pã presente, o gosto dele enchendo-me por completo a boca, de forma que a língua fala um idioma monstruoso e estranho.
O abraço dele intenso em todo centro de prazer e dor.
O sexto sentido interno inflamado com Seu ser mais íntimo;
Meu ser atirado ao precipício da existência.
Até mesmo no abismo, aniquilação.
Um fim para a solidão, como de tudo.
Pã! Pã! Io Pã! Io Pã!

Um comentário:

  1. Pã, é uma divindade ? proveniente de que tradição ?

    Beijos minha gatona !!

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