terça-feira, 21 de setembro de 2010

KEFALH H OUK ESTI KEFALH



0! (1)

A Tríade Anterior Primitiva A Qual É

NÃO-DEUS

Nada é.

Nada virá a ser.

Nada não é.

A Primeira Tríade A Qual é DEUS

EU SOU.

Eu pronuncio A Palavra.

Eu ouço A Palavra.

O Abismo

A Palavra é quebrada.

Há Conhecimento.

Conhecimento é Relação.

Estes fragmentos são Criação.

A quebra manifesta Luz. (2)

A Segunda Tríade A Qual é DEUS

DEUS, o Pai e Mãe, é ocultado em Geração.

DEUS é ocultado em rodopiante energia da Natureza.

DEUS é manifestado em concentração: harmonia:

consideração: o Espelho do Sol e do Coração.

A Terceira tríade

Paciência: preparar.

Agito: fluir: flamejar.

Estabilidade: gerar.

A Décima Emanação

O mundo.

COMENTÁRIO (O Capítulo que não é um Capítulo)

Este capítulo, de número 0, corresponde ao Negativo, o qual é anterior a Kether no sistema Cabalístico.

Os pontos de interrogação e exclamação nas páginas anteriores são os dois outros véus.

O significado destes dois símbolos é inteiramente explicado em The Soldier and The Hunchback (O Soldado e o Corcunda).

Este capítulo começa com a letra O, seguida por um ponto de exclamação; sua referência à teogonia de Liber Legis é explicada na observação, mas é também referente a KTEIS PHALLOS e SPERMA, e é a exclamação de assombro ou êxtase, a qual é a natureza ultimal das coisas.

OBS.: (1) Silêncio. Nuit, O; Hadit; Ra-Hoor-Khuit, 1.

COMENTÁRIO (A Tríade Anterior Primitiva)

Esta é a Trindade Negativa; suas três declarações são, em último sentido, idênticas. Elas harmonizam Ser, Vir-a-Ser, e Não-Ser, os três modos possíveis de se conceber o universo.

A expressão Nada é (tecnicamente equivalente a Algo é) é totalmente explicada no ensaio Berashit.

O resto do capítulo segue o sistema Sephirótico da Cabala e consiste numa espécie de comento quintessencial sobre tal sistema.

Aqueles que estão familiarizados com esse sistema reconhecerão Kether, Chokmah e Binah na Primeira Tríade; Daath, no Abismo; Chesed, Geburah e Tiphareth na Segunda Tríade; Netzach, Hod e Yesod na Terceira Tríade; e Malkuth na Décima Emanação.

O capítulo pode, então, ser considerado o mais completo tratado sobre a existência já escrito.

OBS.: (2) O Inteiro, absorvendo tudo, é chamado Escuridão.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Alquimia


Aqui vou procurar passar, de uma forma resumida, em que consistiu, e consiste, a autêntica alquimia. A maioria dos dicionários contribuiu para reforçar uma série de erros comuns, recusando-a, por considerá-la uma predecessora imatura, empírica e especulativa da química, com o único objetivo de transmutar os metais comuns em ouro. Embora seja certo que a química se desenvolveu à partir da alquimia, estas duas ciências não tem quase nada em comum.
Enquanto que a química se ocupa dos fenômenos cientificamente verificáveis, a misteriosa doutrina da alquimia se refere a uma realidade escondida de ordem supeior que conforma a essência que está na base de todas as verdades e religiões. A perfeição dessa essência é denominada Absoluto, pode ser percebida e compreendida como a maior Beleza de todas as Belezas, o maior Amor de todos os Amores e o mais Alto do Alto, só é necessário que a consciência se altere profundamente e passe do nível normal de percepção cotidiana (o chumbo) a um nível sutil e elevado de percepção (o ouro), de maneira que cada objeto se perceba com a forma arquetípica perfeita, contida dentro do Absoluto.
A percepção da perfeição eterna do todo em todos os lugares é o que constitui a Redenção Universal. A ciência da alquimia, sagrada, secreta, antiga e profunda, também denominada a Arte Real ou Sacerdotal e Filosofia Hermética, esconde atrás de textos metafóricos e emblemas
enigmáticos, os caminhos para penetrar nos segredos mais profundos da matéria e da natureza, da vida e da morte e da unidade, da eternidade e do infinito. Começarei, portanto, nos fixando no que era realmente os verdadeiros alquimistas pretendem conseguir.
A alquimia não é simplesmente uma arte ou ciência que ensine a transmutar metais em ouro, mas sim, uma ciência sólida e verdadeira que ensina a conhecer o centro de todas as coisas, o que na linguagem divina significa o Espírito da Vida. Ao longo da história, os verdadeiros alquimistas , que menosprezavam as riquezas e os elogios mundanos, tentaram encontrar a Medicina Universal, a Panacéia. Essa Panacéia que, ao ser totalmente sublimada, se converte na Fonte da Juventude, a chave da Imortalidade, tanto em um sentido espiritual, como misteriosamente físico. Não só curaria todas as doenças, mas também poderia fazer com que o corpo rejuvenescesse e se convertesse finalmente em um corpo de Luz incorruptível.
O Adepto, o que conseguiu o dom de Deus, receberia então, a tríplice coroa da Iluminação: Onisciência, Onipotência e Gozo do Amor de Divino. Mas muitos são os chamados e muito poucos os escolhidos, deve-se reconhecer que dentro desta minoria muitos poucos conseguiram alcançar o último objetivo. Os que assim o fizeram, constituem a Irmandade da Luz e estão vivos. Mas apesar de serem enormes as dificuldades que apresentam as doutrinas ocultas do Ocidente e do Oriente, são muito maiores as que se apresentam ao verdadeiro estudioso da alquimia.
Especialmente se o que se pretende é ir além das análises superficiais que periodicamente vieram realizando os historiadores, psicólogos e outros eruditos. Se bem é certo que o estudo da alquimia através dos textos pode se tornar verdadeiramente desalentador, igual que o desesperançado estudioso pode descobrir nas pinturas alquímicas um caminho, repleto de maravilhas, para penetrar no coração da matéria. É que os alquimistas, através de suas imagens,
expressaram de uma forma ingeniosa e muito bela, coisas que nunca chegaram a escrever. Esta linguagem pictórica, onde todos os detalhes possuem um significado específico, exerce uma profunda fascinação sobre o observador sensível.
Essa fascinação se produz sempre, independente de que as pinturas sejam compreendidas. Se o leitor contempla atentamente estas imagens, ou seja, se vai mais além da superfície, comprovará que muitas vezes correspondem a uma dimensão atemporal que se encontra em nosso interior
mais profundo.