quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

REVOLUÇÃO DE BELZEBU



Canta, ó Deusa da Sabedoria, a majestade do fogo!

Levantemos nossas taças e brindemos pela Hierarquia das Chamas...

Escancaremos nossas ânforas de ouro e bebamos o vinho da luz até embriagar−nos...

Ó Demóstenes! Quão rápidos foram teus pés em Queronéia...

Mesmer, Cagliostro, Agripa, Raimundo Lulle, a todos conheci, a todos vi, e os chamaram loucos.

De onde tirastes vossa Sabedoria? Por que a morte selou vossos lábios? Que se fizeram de vossos conhecimentos?

Beberei o vinho da sabedoria esta noite, no cálice de vossos augustos crânios e num gesto de rebeldia onipotente me rebelarei contra a antiga dificuldade.
Romperei todas as cadeias do mundo e me declararei imortal, mesmo que me declarem louco...

Empunharei a espada de Dâmocles e farei ruir o inoportuno hóspede...

Porém, não poderás contra mim, muda caveira, porque sou Eterno...

Cristo Ígneo, Cristo ardente, levanto meu cálice e brindo pelos Deuses, e Tu, batiza−me com fogo...

De onde surgiu esta enorme criação?

De onde surgiram estas imensas massas planetárias que, como monstros milenares, parecem sair das fauces do Abismo, para cair noutro mais terrível e espantoso que o primeiro?

Levanto meus olhos ao alto e sobre a cabeça ígnea do maior de todos os sacrificados leio esta palavra: INRI. IGNIS NATURA RENOVATUR INTEGRAM (O Fogo Renova Incessantemente toda a Natureza).

Sim, amados discípulos, tudo no Universo não é senão granulações do FOHAT.

Ó Hierarquias do Fogo! Ó Hierarquias das Chamas!

Rosas ardentes, ardentes... Serpentes ígneas... Silvai... Silvai eternamente sobre as águas da vida, para que surjam os mundos... Silvai, silvai, silvai eternamente, com o silvo do Fohat, Santas Chamas... Bendito seja o FIAT luminoso, o Fiat espermático do eterno Deus vivente que pôs em existência o universo.

Divino fogo, tu és o lume divinal de todas as existências infinitas e quando a chama subterrânea devorar a forma e queimar os fundamentos do mundo, tu serás como eras antes, sem sofrer mudança alguma. Ó fogo divino e eternal!

“O Fohat fecunda a matéria caótica e surgem os mundos da existência. Tudo o que tem sido, o que é e o que será, é filho do fogo...”

O fogo do Espírito Santo é a chama de Horeb... O Fohat vive em nossos testículos. É só questão de colocá−los em atividade por meio da Magia Sexual para converter−nos em Deuses, em Devas, em Seres divinos e inefáveis. O fogo da castidade é o fogo de Pentecostes, é o fogo da Kundalini... É o fogo que Prometeu roubou do céu... É a chama sagrada do templo que as Vestais acendem... É a chama de tríplice incandescência, é o
carro de fogo com que Eliseu subiu ao céu...

Nos tempos do antigo Egito, o neófito que aspirava ser um alquimista, para despertar o fogo divino, deveria casar−se com uma mulher madura, porém se o fazia com uma mulher jovem, havia de demorar alguns meses antes de efetuar a conexão sexual. Entre as condições matrimoniais estava a obediência à sua mulher, a quem o alquimista se sujeitava com muito prazer...

“Introduzir o membro viril na vagina e retirá−lo sem derramar o sêmen, esta é a velha fórmula dos antigos alquimistas. Com ela desperta−se a serpente ígnea e conseguimos a união com o Íntimo, o Real Ser, aquele Ruach Elohim que segundo Moisés trabalhava as águas no princípio do mundo. Então nos convertemos em Rei−Sol, em Mago Triunfador da Serpente...”

Fazemo−nos Deuses onipotentes e com a espada de Dâmocles derrotamos a morte... A natureza inteira se dobrará ante nós e as tempestades servirão de almofada a nossos pés.
Fohat é o Elixir da Longa Vida e com este elixir poderemos conservar o corpo através de milhões de anos... A mulher é a Vestal do Templo... A mulher acende a Chama... de nosso arquivo sonoro, o qual vibra nos espaços cósmicos com essa tremenda e inefável alegria dos extensos céus de Urânia...

Mulher, eu te amo...
há muitas noites
que choro muito... muito...
e ao fim da jornada escuto teus cantares,
e vibram de amor os sonolentos astros,
e beijam−se as musas celestiais com teus cantos...
És um livro selado com sete selos.
Não sei se és dita ou veneno.
Estou à borda de um Abismo que não entendo,
sinto medo de ti e de teu mistério.
Mulher, eu te adoro...
Quero beber licor de Mandrágoras,
quero beijar teus seios,
quero sentir o canto de tuas palavras
e acender meus fogos.
Mulher, não podes me esquecer,
disseste que me amavas,
juraste−me teu carinho,
em noites adoradas...
em noites de idílio
em noites perfumadas
de cantos e de ninhos...
Antiga sacerdotisa, acende meu pavio,
acende minha chama de tríplice incandescência,
núbil Vestal do templo divino...
entrega−me os frutos da ciência...
Por Samael Aun Weor

segunda-feira, 21 de setembro de 2009


1. Had! A manifestação de Nuit.
2. O desvelar da companhia do céu.
3. Todo homem e toda mulher é uma estrela.
4. Todo número é infinito; não há diferença.
5. Ajuda-me, ó senhor guerreiro de Thebas, no meu desvelar ante às Crianças dos
homens!
6. Sê tu Hadit, meu centro secreto, meu coração & minha língua!
7. Vê! isto é revelado por Aiwass, o ministro de Hoor-paar-kraat.
8. O Khabs está no Khu, não o Khu no Khabs.
9 Adorai então o Khabs, e vede minha luz derramar-se sobre vós!
10. Que meus servidores sejam poucos & secretos: eles regerão os muitos e os conhecidos.
11. Estes são tolos que os homens adoram; seus Deuses & seus homens são tolos.
12. Saí , ó crianças, sob as estrelas, & tomai vossa fartura de amor!
13. Eu estou acima de vós e em vós. Meu êxtase está no vosso. Minha alegria é ver vossa alegria.
14. Acima, o precioso azul celeste é O esplendor nu de Nuit; Ela se curva em êxtase para beijar Os ardores secretos de Hadit. O globo alado, o estrelado azul,
São meus, Ó Ankh-af-na-khonsu!
15. Agora vós sabereis que o sacerdote & apóstolo escolhido do espaço infinito é o
sacerdote-príncipe, a Besta; e em sua mulher, chamada a Mulher Escarlate, está todo o
poder dado. Eles reunirão minhas crianças em seu cercado: eles levarão a glória das
estrelas para os corações dos homens.
16. Pois ele é sempre um sol, e ela uma lua. Mas para ele é a chama alada secreta, e para ela a descendente luz estelar.
17. Mas vós não sois assim escolhidos.
18. Queima sobre suas testas, ó esplêndida serpente!
19. Ó, mulher de pálpebras azuis, curva-te sobre eles!
20. A chave dos rituais está na palavra secreta que eu dei a ele.
21 Com o Deus & o Adorador Eu nada sou; eles não me vêem. Eles estão como que sobre a
terra; Eu sou o Céu, e não há outro Deus além de mim e meu senhor Hadit.
22. Agora, portanto, Eu sou conhecida por vós por meu nome Nuit, e por ele através de
um nome secreto que eu lhe darei quando por fim ele me conhecer. Posto que Eu sou o
Infinito Espaço e as Infinitas Estrelas de lá, fazei vós também assim. Nada ateis! Quenão haja diferença feita em vosso meio entre uma coisa & qualquer outra coisa; pois daí vem dor.
23. Mas quem quer que prospere nisto, que ele seja o chefe de todos!
24. Eu sou Nuit, e minha palavra é seis e cinqüenta.
25. Dividi, somai, multiplicai e entendei.
26. Então disse o profeta e escravo da bela: Quem sou eu, e qual será o sinal? Assim ela lhe respondeu, curvando-se, uma lambente chama de azul, tudo-tocante, tudo-penetrante, suas mãos amáveis sobre a terra negra, & seu corpo flexível arqueado para o amor, e seus pés macios não machucando as florezinhas: Tu sabes! E o sinal será meu êxtase, a consciência da continuidade da existência, a onipresença do meu corpo.
27. Então o sacerdote respondeu & disse à Rainha do Espaço, beijando suas amáveis
sobrancelhas, e o orvalho da luz dela banhando seu corpo inteiro num doce perfume
de suor: Ó, Nuit, contínua do Céu, que seja sempre assim; que os homens não falem de
Ti como Uma, mas como Nenhuma; e que eles não falem de ti de modo algum, posto
que tu és contínua!
28. Nada - suspirou a luz grácil & encantadora das estrelas - e dois.
29. Pois Eu estou dividida pela graça do amor, para a chance de união.
30. Esta é a criação do mundo, que a dor da divisão é como nada, e a alegria da dissolução, tudo.
31. Por estes tolos dos homens e suas dores não te importes de modo algum. Eles sentem pouco; o que é, é balançado por fracas alegrias; mas vós sois meus escolhidos.
32. Obedecei ao meu profeta! Persegui os ordálios do meu conhecimento! buscai-me
apenas! Então as alegrias do meu amor vos redimirão de toda dor. Isto é assim: Eu o
juro pela abóbada do meu corpo; pelo meu coração e língua sagrados; por tudo o que
eu posso dar, por tudo o que eu desejo de todos vós.
33. Então o sacerdote caiu em um profundo transe ou desmaio & disse à Rainha do Céu:
Escreve para nós os ordálios; escreve para nós os rituais; escreve para nós a lei!
34. Mas ela disse: os ordálios Eu não escrevo: os rituais serão metade conhecidos e metade escondidos: a Lei é para todos.
35. Isto que tu escreves é o tresdobrado livro da Lei.
36. Meu escriba, Ankh-af-na-khonsu, o sacerdote dos príncipes, não mudará em uma letra este livro; mas, para que não haja tolice, ele o comentará pela sabedoria de Ra-Hoor- Khu-it.
37. Também os mantras e encantamentos; o obeah e o wanga; o trabalho da baqueta e o
trabalho da espada; estes ele aprenderá e ensinará.
38. Ele deve ensinar; mas ele pode fazer severos os ordálios.
39. A palavra da Lei é Θελημα.
40. Quem nos chama Thelemitas não errará, se ele olhar bem perto na palavra. Pois ali há Três Graus, o Eremita, e o Amante, e o homem da Terra. Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.
41. A palavra de Pecado é Restrição. Ó homem! não recuses tua mulher, se ela quiser! Ó amante, se tu queres, parte! Não há laço que possa unir o dividido senão o amor: tudo mais é uma maldição. Maldito! Maldito seja pelos aeons! Inferno.
42. Deixai esse estado de multiplicidade limitada e desgosto. Assim com teu todo; tu não tens direito senão fazer tua vontade.
43. Faz isso, e nenhum outro dirá não.
44. Pois vontade pura, desaliviada de propósito, livre da sede de resultado, é toda senda perfeita.
45. O Perfeito e o Perfeito são um Perfeito e não dois; não, são nenhum!
46. Nada é uma chave secreta desta lei. Sessenta e um os Judeus a chamam; Eu a chamo
oito, oitenta, quatrocentos & dezoito.
47. Mas eles têm a metade: uni por vossa arte, de modo que tudo desapareça.
48. Meu profeta é um tolo com seu um, um, um; não são eles o Boi, e nenhum pelo livro?
49. Ab-rogados estão todos os rituais, todos os ordálios, todas as palavras e sinais. Ra-Hoor-Khuit tomou seu assento no Leste ao Equinócio dos Deuses; e que Asar seja com Isa, os quais também são um. Mas eles não são de mim. Que Asar seja o adorante, Isa a sofredora; Hoor, em seu secreto nome e esplendor, é o Senhor iniciando.
50. Há uma palavra a dizer sobre a tarefa Hierofântica. Vede! Há três ordálios em um, e isto pode ser dado de três maneiras. O grosseiro deve passar pelo fogo; que o fino seja experimentado em intelecto, e os sublimes escolhidos no altíssimo. Assim, vós tendes estrela & estrela, sistema & sistema; que nenhum conheça bem o outro!
51. Há quatro portões para um palácio; o chão desse palácio é de prata e ouro; lápis lazuli & jaspe estão lá; e todos os aromas raros; jasmim & rosa, e os emblemas da morte. Que ele entre por partes ou de uma só vez nos quatro portões; que ele fique de pé sobre o chão do palácio. Ele não afundará? Amn. Ho! guerreiro, se teu servidor afundar? Mas há meios e meios. Sede festivos, portanto: vesti-vos todos em fina roupa; comei ricas comidas e bebei doces vinhos e vinhos que espumam! Também, tomai vossa fartura e vontade de amor como vós quiserdes, quando, onde e com quem vós quiserdes! Mas sempre para mim.
52 Se isto não estiver correto; se vós confundirdes as marcas do espaço, dizendo: Elas são uma; ou dizendo, Elas são muitas; se o ritual não for sempre para mim: então esperai os terríveis julgamentos de Ra Hoor Khuit!
53. Isto regenerará o mundo, o pequeno mundo minha irmã, meu coração & minha língua,
para quem eu mando este beijo. Também, ó escriba e profeta, apesar de tu seres dos
príncipes, isto não te aliviará nem te absolverá. Mas êxtase seja teu e alegria da terra: sempre A mim! A mim!
54. Não mudes sequer o estilo de uma letra; pois vê! tu, ó profeta, não verás todos esses mistérios ali escondidos.
55. A criança de tuas entranhas, ele os verá .
56. Espera-o não do Leste nem do Oeste; pois de nenhuma casa esperada vem essa criança. Aum! Todas as palavras são sagradas e todos os profetas verdadeiros; salvo apenas que eles entendem pouco; resolvem a primeira metade da equação, deixam a segunda inatacada. Mas tu tens tudo na clara luz, e algo, apesar de nem tudo, na escuridão.
57. Invocai-me sob minhas estrelas! Amor é a lei, amor sob vontade. Que os tolos não
confundam o amor; pois existe amor e amor. Existe a pomba, e existe a serpente.
Escolhei bem! Ele, meu profeta, escolheu, conhecendo a lei da fortaleza, e o grande
mistério da Casa de Deus. Todas estas velhas letras do meu Livro estão corretas; mas (*** fonte hebraica: TZADDI***) não é a Estrela. Isto também é secreto: meu profeta o revelará ao sábio.
58. Eu dou inimagináveis alegrias sobre a terra: certeza, não fé, enquanto em vida, sobre a morte; paz indescritível, descanso, êxtase; e Eu não peço algo em sacrifício.
59. Meu incenso é de madeiras resinosas & gomas; e não há sangue ali: por causa do meu cabelo, as árvores da Eternidade.
60. Meu número é 11, como todos os números deles que são de nós. A Estrela de Cinco
Pontas, com um Círculo no Meio, & o círculo é Vermelho. Minha cor é preta para o
cego, mas o azul & o dourado são vistos por quem vê. Também eu tenho uma glória
secreta para eles que me amam.
61. Mas amar-me é melhor que todas as coisas: se sob as estrelas noturnas no deserto tu presentemente queimas meu incenso diante de mim, invocando-me com um coração
puro, e a chama da serpente ali, tu virás um pouco a deitar em meu seio. Por um beijo, tu então estarás querendo dar tudo; mas quem quer que dê uma partícula de pó
perderá tudo nessa hora. Vós reunireis bens e provisões de mulheres e especiarias; vós vestireis ricas jóias; vós excedereis as nações da terra em esplendor e orgulho; mas sempre no amor de mim, e então vós vireis à minha alegria. Eu vos ordeno seriamente a vir diante de mim num robe único e cobertos com um rico adorno na cabeça. Eu vos amo! Eu anseio por vós! Pálido ou purpúreo, velado ou voluptuoso, Eu, que sou todo prazer e púrpura, e embriaguez no sentido mais íntimo, vos desejo. Colocai as asas e elevai o esplendor enroscado dentro de vós: vinde a mim!
62. Em todos os meus encontros convosco dirá a sacerdotisa - e seus olhos queimarão com desejo, enquanto ela se mantém nua e regozijante em meu templo secreto - A mim! A
mim! estimulando a chama dos corações de todos em seu canto de amor.
63. Cantai a extasiante canção de amor a mim! Queimai perfumes a mim! Vesti jóias a
mim! Bebei a mim, pois eu vos amo! Eu vos amo!
64. Eu sou a filha de pálpebras azuis do Pôr do Sol; eu sou o brilho nu do voluptuoso céu noturno.
65. A mim! A mim!
66. A manifestação de Nuit está por um fim.

sábado, 29 de agosto de 2009

O Segredo Terrível



O Segredo Terrível



Há verdades que devem ser para sempre misteriosas para os fracos de espírito e para os tolos.

E estas verdades podem ser-lhes ditas sem temor. Pois certamente jamais as compreenderão.


Que é um tolo? Um tolo é uma coisa mais absurda que uma besta. É o homem que quer chegar antes de ter andado.

É o homem que se julga senhor de tudo só porque chegou a alguma coisa.

É um matemático que despreza a poesia.

É um poeta que protesta contra os matemáticos.

É um pintor que diz que a teologia e a cabala são inépcias, porque nada entende de cabala e teologia.

É o ignorante que nega a ciência sem ter o trabalho de estudá-la.

É o homem que fala sem saber e afirma sem certeza. São os tolos que matam os homens de gênio.

Galileu foi condenado, não pela Igreja, mas por tolos que, infelizmente, pertenciam à Igreja.

A tolice é um animal feroz que tem a calma da inocência; assassina sem remorso.

O tolo é o urso da fábula de La Fontaine; esmaga a cabeça do seu amigo debaixo de uma pedra para caçar uma mosca; porém, diante da catástrofe, não procureis fazer-lhe confessar que errou. A tolice é inexorável e infalível como o inferno e a fatalidade, pois é sempre dirigida pelo magnetismo do mal.


O animal nunca é tolo enquanto age franca e naturalmente como animal, porém o homem ensina a tolice aos cães e aos burros sábios. O tolo é o animal que despreza o instinto e que aparenta inteligência.


O progresso existe para o animal; pode-se dominá-lo, prendê-lo, excitá-lo.

Porém, não existe para o tolo. Porque o tolo julga que nada tem a aprender. É ele que quer reger e educar aos outros e com ele nunca tereis razão. Ele vos escarnece à vista, dizendo que o que não compreende é radicalmente incompreensível. De fato, por que não o compreenderei eu? Ele vos dirá com admirável aprumo. E nada mais tendes a lhe responder. Dizer-lhe que é um tolo seria apenas fazer-lhe um insulto. Todos vêem, porém ele jamais o saberá.


Eis, pois, um já formidável arcano inacessível à maioria dos homens. Eis aí um segredo que jamais adivinharão e que seria inútil dizer-lhes: o segredo da tolice deles.


Sócrates bebe a cicuta, Aristides é proscrito, Jesus é crucificado, Aristófanes se ri de Sócrates e faz rirem os tolos de Atenas; um camponês se aborrece de ouvir dar a Aristides o nome de Justo e Renan escreve a vida de Jesus para o maior prazer dos tolos. É por causa do numero quase infinito dos tolos que a política é e será sempre a ciência da dissimulação e da mentira. Maquiavel ousou dizê-lo e foi ferido por uma reprovação bem legítima, pois, fingindo dar lições aos príncipes, ele traía a todos e os denunciava à desconfiança das multidões. Aqueles que somos obrigados a enganar não devemos prevenir.


É por causa das vis e tolas multidões que Jesus dizia aos seus discípulos: “Não lanceis pérolas aos porcos, pois eles as calcariam aos pés e se voltariam contra vós, procurando despedaçar-vos”.


Vós, portanto, que desejai tornar-vos poderosos em obras, nunca digais a alguém o vosso pensamento mais secreto. Nem mesmo o digais, e quase ousaria dizer-vos, escondei-o sobretudo à mulher a quem amais; lembrai-vos da história de Sansão e Dalila!


Desde que uma mulher julga conhecer a fundo seu marido, ela cessa de amá-lo. Quer governá-lo e dirigi-lo. Se resiste, ela o odeia; se cede, ela o despreza. Procura um outro homem para penetrar. A mulher tem sempre necessidade do desconhecido e do mistério e seu amor geralmente não é mais que uma insaciável curiosidade.


Porque são os confessores poderosos sobre a alma e quase sempre sobre o coração das mulheres? É que sabem todos os seus segredos, ao passo que as mulheres ignoram os dos confessores.


A franco-maçonaria é poderosa no mundo pelo seu terrível segredo tão prodigiosamente guardado, que os iniciados, mesmo os dos mais altos graus, não o sabem.


A religião católica se impõe às multidões por um segredo que o próprio papa não sabe. Este segredo é o dos mistérios. Os antigos gnósticos o sabiam como indica o nome deles, porém não souberam guardar silêncio. Quiseram vulgarizar a gnose; resultaram daí doutrinas ridículas que a Igreja teve razão de condenar. Porém, com eles infelizmente foi condenada a porta do santuário oculto e lançaram suas chaves no abismo.


É aí que os Joanitas e os Templários ousaram ir buscá-las com risco da danação eterna. Mereceriam eles, por isso, serem condenados no outro mundo? Tudo o que sabemos é que, neste mundo, os Templários foram queimados.
A doutrina secreta de Jesus era esta:


Deus tinha sido considerado como um senhor e o príncipe deste mundo era o mal; eu, que sou o filho de Deus, vos digo: não procuremos Deus no espaço; ele está nas nossas consciências e nos nossos corações. Meu pai e eu somos um e quero que vós e eu sejamos um. Amemo-nos uns aos outros como irmãos. Não tenhamos mais que um coração e uma alma. A lei religiosa é feita para o homem, e o homem não é feito para a lei. As prescrições legais estão submetidas ao livre arbítrio da nossa razão unida à fé. Crede no bem e o mal nada poderá sobre vós.


Quando vos reunirdes em meu nome, meu espírito estará no meio de vós. Ninguém dentre vós deve julgar-se mestre dos outros, porém todos devem respeitar a decisão da assembléia. Todo homem deve ser julgado conforme as suas obras e medido conforme a medida que fez para si. A consciência de cada homem constitui sua fé e a é do homem é o poder de Deus nele.


Se sois senhor de vós mesmo, a natureza vos obedecerá e governareis os outros. A fé dos justos é mais inabalável que as portas do inferno e sua esperança jamais será confundida.


Eu sou vós e vós sois eu, no espírito de caridade que é o nosso e que é Deus. Crede isto e vosso verbo será criador. Crede isto e fareis milagres. O mundo vos perseguirá e fareis a conquista do mundo.


As velhas sociedades fundadas sobre a mentira perecerão; um dia, o filho do homem pairará sobre as nuvens do céu, que são as trevas da idolatria, e fará um juízo definitivo sobre os vivos e os mortos.


Desejai a luz, pois ela se fará. Aspirai à justiça, pois o assassinato provoca o assassinato. É pela paciência e a brandura que vos tornareis senhor de vós mesmos e do mundo.


Entregai agora esta doutrina admirável aos comentários dos sofistas da decadência e polemistas da Idade Média, e daí vereis sair belas coisas. Se Jesus era filho de Deus, como o engendrou Deus? É ele da mesma substância de Deus ou de outra substância? A substância de Deus! Que eterno assunto de disputa para a ignorância presunçosa! Era ele uma pessoa divina ou uma pessoa humana? Tinha ele duas naturezas e duas vontades? Terríveis questões que merecem que as pessoas se excomunguem e se degolem! Jesus tinha uma só natureza e duas vontades, dizem uns; porém, não os escuteis, são hereges; então, duas naturezas e uma vontade? Não, duas vontades. Então, estava em oposição consigo mesmo? Não, porque estas duas vontades faziam uma só que se chama Teandrica. Oh! Oh, diante desta palavra não digamos mais nada e, outrossim, é preciso obedecer à Igreja que se tornou muito diferente da primitiva assembléia dos fiéis. A lei é feita para o homem, disse Jesus, porém o homem é feito para a Igreja, diz a Igreja, e é ela que impõe a lei. Deus sancionará todos os decretos da Igreja e condenará a todos vós, se ela decidir que sois todos ou quase todos condenados. Jesus diz que é preciso referir-se à assembléia, portanto, ela é infalível, é Deus, e se ela decide que dois e dois são cinco, dois e dois serão cinco.


Se ela diz que a terá é imóvel e que o sol gira, é proibido à Terra de girar. Ela vos dirá que Deus salva seus eleitos dando-lhes a graça eficaz e que os outros serão condenados por terem recebido somente graças suficientes, as quais, por causa do pecado original, bastavam em principio, porém não eram suficientes em fato. Que o papa salva e condena a quem quer, pois tem as chaves do céu e do inferno. Depois vêm os casuístas com seus molhos de chaves que não abrem, mas fecham com duas ou três voltas as portas dos compartimentos feitos na torre de Babel. Ó Rabelais, meu mestre! Só tu podes trazer a panacéia que convém a toda demência. Uma grande gargalhada! Dize-nos, enfim, a ultima palavra de tudo isso, e ensina-nos definitivamente se uma quimera que arrebenta fazendo ruído no vácuo pode se encher de novo e adquirir bandulho absorvendo a substância quiditativa e merífica das nossas segundas intenções?


Utrum chimera in vacuum bombinans possit concidere secundum intentiones. Outros tolos, outros comentários. Eis que vêm os adversários da Igreja a nos dizer: Deus está no homem, isto quer dizer que não há outro Deus senão a inteligência humana. Se o homem está acima da lei religiosa e esta lei embaraça o homem, porque não suprimiria ele a lei? Se Deus é nós e se nós somos todos irmãos, se ninguém tem o direito de chamar-se nosso senhor, por que obedecemos nós? A fé e a razão dos imbecis. Não acreditemos em nada e não nos submetamos a ninguém.


Pois seja! Isto é altivez. Porém, será necessário baterem-se uns contra os outros. Eis a guerra dos deuses e a exterminação dos homens! Ora! Miséria e tolice!... mais ainda, mais ainda, tolice, tolice e miséria!


“Pai, perdoa-lhes”, dizia Jesus, “porque não sabem o que fazem.”. Pessoas de bom senso, quem quer que sejais, acrescentarei eu, não os escuteis, porque não sabem o que dizem.


Mas então são inocentes, vai gritar um terrível menino. Silêncio, imprudente. Silêncio, em nome do céu, ou toda moral está perdida! Aliás vós vos enganais. Se fossem inocentes, seria permitido fazer como eles e quereríeis vós imitá-los? Crer tudo é uma tolice; a tolice não pode, pois, ser inocente. Se há circunstancias atenuantes, só a Deus pertence apreciá-las.


A nossa espécie é evidentemente defeituosa e, ao ouvir falar e ver agir a maioria dos homens,me parece que não têm bastante razão para serem seriamente responsáveis. Ouvi falar na Câmara dos homens que a França (o primeiro país do mundo) honrará com a sua confiança. Eis aqui o orador da oposição. Eis o campeão do ministério. Cada qual prova vitoriosamente que o outro nada entende dos negócios do Estado. A prova que B é um idiota, B prova que A é um saltimbanco. A quem dar crédito? Se fordes branco, acreditareis em A; se fordes vermelho, acreditareis em B. Porém, a verdade, meu Deus! A verdade! – A verdade é que A e B são charlatões e mentirosos.

Desde que existiu uma dúvida entre eles, provaram que um e outro nada valiam. Admiro a prova e admiro a ambos nesta demolição mútua. Encontra-se tudo nos livros, exceto o que ordinariamente o autor quis pôr neles. Riem-se da religião como uma impostura e mandam-se as crianças à igreja. Ostenta-se cinismo e tem-se superstição. O que se teme acima de tudo é o bom senso, é a verdade, é a razão.


A vaidade pueril e o sórdido interesse levam os homens pelo nariz, até a morte, este esquecimento definitivo e motejador supremo. O fundo da maior parte das almas é a vaidade. Ora, que é a vaidade? É o vácuo. Multiplicai os zeros quantas vezes quiserdes, sempre valerão zero; amontoai nadas e a nada chegareis, nada, nada. Nada, eis aí o programa da maioria dos homens!
E estes são os imortais! E estas almas, tão ridiculamente enganadoras e enganadas são imperecíveis! Para todos estes estouvados, a vida é uma armadilha suprema que encobre o inferno! Oh! Há certamente aqui um segredo terrível: é o da responsabilidade. O pai responde por seus filhos, o senhor pelos seus sevos e o homem inteligente pela multidão ignorante. A redenção se realiza por todos os homens superiores, a tolice sofre, porém só o espírito expia.


A dor do verme que é esmagado e da ostra que é despedaçada não são expiações.


Sabe, pois, ó tu que queres ser iniciado nos grandes mistérios, que fazes um pacto com a dor e afrontas o inferno! O abutre, o Prometeida, te olha, e as Fúrias dirigidas por Mercúrio preparam cunhas de madeiras e cravos. Vais ser sagrado, isto é, consagrado ao suplício. A humanidade tem necessidade dos teus tormentos.


O Cristo morreu jovem numa cruz e todos aqueles a quem iniciou foram mártires. Apolônio de Tiana morreu pelas torturas que sofreu nas prisões de Roma. Paracelso e Agripa levaram uma vida errante e morreram miseravelmente. Guilherme Postello morreu preso. São Germano e Cagliostro tiveram um fim misterioso e provavelmente trágico. Cedo ou tarde é preciso satisfazer ao pacto quer formal, quer tácito. É preciso libertar-se do imposto que a natureza estabeleceu sobre os milagres. É preciso ter uma luta final com o diabo, desde que se tomou a liberdade de ser Deus.


Eritis sicut dii scientes bonum et malum.


segunda-feira, 27 de julho de 2009

"O TODO é MENTE; o Universo é Mental"


Bem, depois de mil anos resolvi criar esse blog,
Creio que seja mais falta doque fazer, mas vamos la!




Esquizofrenia

Os Mutantes

Composição: Sérgio Dias

Fica numa volta bem no fundo de sua cabeça
É só fechar os olhos e olhar com os olhos da mente

Sinta a presença deles
Deixe seguir a paz dentro de si

Uh, mais que maravilha
Em cada momento a resposta para um velho problema
Não tente lutar, deixe os pensamentos da guerra

Veja se é feliz e se não for você tem que mudar

Faz o que escutar, não, não, não
Isso é muita loucura

Quem sabe é a tal da esquizofrenia

Quanta coisa estranha eu guardo dentro dos órgãos

Você agora está no fundo de
Você agora está no fundo de
Você agora está no fundo de nós!