segunda-feira, 14 de junho de 2010


Eu fui o sacerdote de Ammon-Ra no templo de Ammon-Ra em Thebai.
Mas Baco veio cantando com suas tropas de moças vestidas de vinha, moças em mantos escuros; e Baco no meio como um veadinho!
Deus! Como eu saí com raiva e espalhei o coro!
Mas em meu templo ficou Baco o sacerdote de Ammon-Ra.
Portanto eu fui em farra com as jovens à Abissínia; e lá moramos e nos divertimos.
Excedentemente; sim, nos divertimos muito!
Eu comerei o fruto maduro ou verde pela glória de Baco.
Terraços de ilex, e arquibancadas de onix e opalas e sardônia elevando-se ao frasco, verde portal de malaquita.
Dentro há uma concha de cristal, na forma de uma ostra. Oh glória de Príapo! Oh beatitude da Grande Deusa!
Ali dentro uma pérola.
Oh Pérola! Tu vieste da majestade do terrível Ammon-Ra.
Então eu, o sacerdote, vi um brilho firme no coração de pérola.
Tão vivo que não podíamos olhar! Mas vede! Uma rosa cor-de-sangue sobre uma cruz de ouro fulgente!
Assim eu adorei o Deus. Baco! tu és o amante de meu Deus!
Eu que fui sacerdote de Ammon-Ra, que vi o Nilo correr por muitas luas, por muitas, muitas luas, sou o veadinho da terra cinza.
16. Eu estabelecerei minha dança em vossos conventículos, e meus amores secretos serão doces entre vós.
Tu terás um amante entre os senhores da terra cinza.
Isto ele te trará, sem o que tudo é em vão: a vida de um homem derramada a ti nos Meus Altares.
Amém.
Que seja cedo, Oh Deus, meu Deus! Eu anseio por Ti, eu perambulo muito só entre a ente louca, na terra cinza de desolação.
Tu ergerás abominável Coisa solitária de maldade. Oh alegria! cimentar aquela pedra fundamental!
Ela estará ereta sobre a alta montanha; somente meu Deus comungará com ela.
Eu a construirei de um rubi único' ela será vista de longe.
Vem irritemos os vasos da terra: eles destilarão vinho estranho.
Cresce aquilo sob minha mão: cobrirá o céu inteiro.
Tu estás atrás de mim: eu grito com alegria louca.
Então disse Ituriel o forte: adoremos nós também esta maravilha invisível!
Isto eles fizeram, e os arcanjos cobriram o céu.
Estranho e místico, como um sacerdote amarelo invocando grandes revoadas de
grandes aves cinzentas do Norte, assim estou de pé e Te invoco!
Que eles não obscureçam o sol com suas asas e seu clamor!
Retira a forma e sua comitiva!
Eu permaneço.
Tu és como uma águia-pescadora num arrozal, eu sou o grande pelicano
vermelho nas águas do poente.
Eu sou como um eunuco negro; e Tu és a cimitarra. Eu decepo a cabeça do claro, do quebrador de pão e sal.
Sim eu decepo, e o sangue faz como que um poente no lapis-lazuli do Quarto de
dormir do Rei.
Eu decepo. O mundo inteiro é quebrado num grande vendaval, e uma voz brada
numa língua que os homens não podem falar.
Eu conheço aquele horrível som de alegria primavera; sigamos nas asas da tormenta até mesmo à casa santa de Hator; afereçamos as cinco jóias da vaca sobre seu altar!
De novo a voz inumana!
Eu ergo minha massa de Titã nos dentes da tormenta, e golpeio e prevaleço, e lanço-me por sobre o mar.
Lá está um estranho Deus pálido, um deus de dor e de extrema maldade.
Minha alma morde-se a si mesma, como um escorpião cercado de fogo.
Aquele pálido Deus de face desviada, aquele Deus de sutileza e riso, aquele jovem Deus dórico, eu o servirei.
Pois o fim daquilo é inenarrável tormento.
Melhor a solidão do grande mar cinza!
Mas ai da gente da terra cinzenta, meu Deus!
Sufoca-los-ei com minhas rosas!
Oh Tu Deus delicioso, sorri sinistro!
Eu te colho, Oh meu Deus, como uma ameixa púrpura da rama ensolarada.
Como Tu desmanchas em minha boca, Tu consagrado açúcar das Estrelas!
O mundo todo é cinza ante os meus olhos: é como um velho, usado odre de vinho.
Todo o vinho dele está nestes lábios.
Tu me engendraste sobre uma Estátua de mármore, Oh meu Deus!
O corpo esta gelado com o frio de um milhão de luas; é mais duro que o adamante eterno. Como chegarei à Luz?
Tu és Ele, Oh Deus! Oh meu querido! Minha criança! Meu brinquedo! Tu és como um grupo de donzelas, como uma multidão de cisnes sobre o lago.
Eu sinto a essência do macio.
Eu sou duro, e forte, e macho; mas venha Tu! Eu serei macio, e fraco, e feminino.
Tu me esmagarás no lagar do Teu amor. Meu sangue Te tingirá os pés de fogo com litanias se Amor em Angústia.
Haverá uma nova flor nos campos, uma nova vindima nos vinhais.
As abelha colherão um mel novo; os poetas cantarão uma nova canção.
Eu ganharei a Dor do Bode como prêmio; e o Deus que senta sobre os ombros do Tempo cochilará.
Então tudo isto que está escrito será feito; sim, será feito.

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