Lastimo-vos, ó estrelas infelizes,
Que sois belas e brilhais tão radiosas,
Guiando de bom grado o marinheiro aflito,
Sem recompensa dos deuses ou dos homens:
Pois não amais, nunca conhecestes o amor!
Continuamente horas eternas levam
As vossas rondas pelo vasto céu.
Que viagem levastes já a cabo!,
Enquanto eu, entre os braços da amada,
De vós me esqueço e da meia-noite.
Johann Wolfgang von Goethe
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ResponderExcluirNum bosque que das Ninfas se habitava,
Sílvia, Ninfa linda, andava um dia
Subida numa árvore sombria,
As amarelas flores apanhava.
Cupido, que ali sempre costumava
A vir passar a sesta à sombra fria,
Num ramo o arco e setas que trazia,
Antes que adormecesse, pendurava.
A Ninfa, como idôneo tempo vira
Para tamanha empresa, não dilata,
Mas com as armas foge ao Moço esquivo.
As setas traz nos olhos, com que tira.
-- Ó pastores, fugi, que a todos mata,
Senão a mim, que de matar-me vivo.
Luís de Camões