
Sabedoria, divino tesouro,
que com teu fogo me queimas,
quando quero chorar não choro,
e se choro, tu me consolas.
Era um velho lenhador da comarca
que não sabia ler nem escrever,
só amava o fio de sua acha
e sentia ânsia de viver.
Regava o sulco com suas lágrimas
e amor sentia pela sabedoria,
sorriam suas faces pálidas
e embriagava−se de amor e poesia.
Sabedoria, sabedoria, sabedoria,
quanto me queimas,
exclamou o ancião que morria
sob as avermelhadas estrelas.
Sabedoria, licor dos deuses,
é licor que envenena
e por um caminho muito duro meu espírito virá,
é terrível, meu Deus, a tortura de esperar.
Sabedoria, por ti levanto minha taça,
estou cansado de chorar,
sabedoria, a ti canto minhas estrofes
e aguardo entre as rosas
o amor que logo voltará.